segunda-feira, 3 de junho de 2013

Sobre o blog - Projeto de Língua Portuguesa

"Linguagem e interação" é fruto de um trabalho idealizado e concretizado pelo grupo de professores da língua portuguesa, integrantes do curso "Melhor gestão, melhor ensino - 1ª  edição de 2013", com a finalidade de promover a interação, a integração e a  produção colaborativa de uma construção coletiva e compartilhada por todos participantes.
Todos estão convidados a viajar conosco  relembrando as nossas experiências, memórias e lembranças sobre leitura e escrita, muito significativas para nós, um pouquinho de nossa história de vida.

Perfil dos Participantes


Amélia

Professora da rede estadual de ensino de São Paulo desde 2005.
Formada em Linguística e atuou na área de Publicidade, durante dez anos.




Kátia

Professora da rede estadual de ensino de São Paulo desde 1997.
Formada em Letras com Especialização em Língua Inglesa.



  Larissa Moura

               Tendo atuado apenas em escolas particulares desde sua formação, trabalhou em escolas do sistema Anglo de ensino e Dom Bosco. Hoje, efetiva na rede pública, encara essa nova jornada como mais um desafio a ser enfrentado. Formou-se em Letras e Pedagogia e, atualmente, realiza cursos de especialização em Gestão e Linguística aplicada.


 Carla Mazzolini


Professora da rede estadual de ensino de São Paulo desde 2000. Formada em Letras e Pedagogia.Trabalho na mesma escola estadual desde que me efetivei.


Thiago Ottoni


Professor da rede estadual desde 2006. Formando em Letras, sempre atuou na área da educação.



sexta-feira, 31 de maio de 2013

Experiências com leitura e escrita


A minha experência com a leitura e escrita foi meio como um "lampejo".Eu entrei no primeiro ano com quase sete anos, naquele tempo existia pré, mas não alfabetizava. Na primeira série, aprendi o alfabeto e a professora utilizava a cartilha, eu fazia tudinho, mas para mim era como se eu estivesse fazendo o pré novamente. Terminei o primeiro ano sem aprender a ler eu era uma aluna "copista". Já na segunda série mudei para o Ismael uma escola aqui de Bragança, foi um período muito conturbado na minha vida. Minha mãe vivia de cama, pois tinha um caso sério de úlcera e precisava de cirurgia, meu pai, que já não está mais entre nós, trabalhava de encanador industrial numa firma, saía cedo e voltava à noite, não ganhava muito. Então ele dizia que não vencia comprar sapatos para mim e minha irmã e mandou que minha mãe comprasse um sapato de couro que durasse, na época chamava-se "Vulcabras", era um sapato masculino preto de amarrar, mas meu pai não entendia direito de moda, eu queria era uma "Melissa". Então eu sofria bullying, na escola me chamavam de "Maria Sapatão". Eu não comentava nada em casa. Mas, também continuava sem aprender a ler e escrever, só copiava.  Assim, um dia quase no final do ano meu pai descobriu que eu não lia e nem escrevia. Ele me perguntou se eu sabia o alfabeto, respondi que sim. Para ler é só juntar as letrinhas, disse ele. Eu nunca havia pensado nessa possibilidade e também não sabia que precisava estudar para passar de ano. Dizem que todos têm o seu tempo de aprender, eu tinha todas as ferramentas em minhas mãos, mas não sabia como utilizá-las e daquele dia em diante tentei me tornar a melhor aluna das turmas em que estudei. Agradeço a todos os professores que fizeram parte da minha alfabetização e em especial ao meu amado pai "in memória".

KATIA REGINA FERREIRA MATOS


Experiências com leitura e escrita

O meu primeiro contato com a língua portuguesa aconteceu aos sete anos, quando ingressei na primeira série, do antigo primário, no Grupo Escolar Gabriel Pereira  na cidade de Mogi das Cruzes. Até então, eu conhecia somente a língua japonesa, pois é a minha língua materna, e naquela época não tínhamos nem televisão e nem rádio. Em casa, os meus pais não permitiam que falássemos em português, assim não tive oportunidade de aprender  o  português antes da idade escolar.
Na escola, tive muitas dificuldades na linguagem oral, pois a língua portuguesa é muito sonora e rica em encontros consonantais, o que não ocorre no japonês. Já a escrita, foi mais fácil. Isso me ajudou muito a aumentar o meu vocabulário, porque eu procurava ler tudo que estivesse ao meu alcance.
Dentre as leituras, o livro que me chamou a atenção foi “Vidas Secas” de Graciliano Ramos. Era o livro que o meu irmão estava lendo para o trabalho escolar. Na época, eu estava com nove anos e, me lembro que fiquei atraída pela capa do livro, pois eram imagens de pessoas bem desnutridas e tristes. A leitura foi outra emoção. A morte da personagem Baleia me comoveu muito a ponto de chorar.
Li outras tantas vezes o mesmo título, porém aquela primeira emoção permanece na minha memória.
AMÉLIA SATIE SAITO

Experiências com leitura e escrita


Minha experência com a leitura começou muito cedo. Com uma mãe, quatro tias e doze primas professoras – hoje o grupo de professoras na família cresceu ainda mais – desde muito pequena ganhava livros e mais livros. Todas as noites minha mãe me contava histórias antes de dormir e, aos cinco anos, quando fui alfabetizada, passei a viajar pelo mundo da literatura com minhas próprias pernas. Lembro-me de ser sempre uma frequentadora assídua das bibliotecas escolares e quando elas já não mais me satisfaziam havia uma grande biblioteca municipal ao lado de minha escola em que passei muitíssimas horas agradáveis. Aos oito anos já havia lido toda a coleção de Monteiro Lobato e na adolescência li toda a sorte de títulos da coleção Vagalume de que as bibliotecas dispunham. Neste período iniciou-se a saga de Harry Potter e eu, sendo uma leitora ansiosa, cheguei a comprar publicações de Portugal pois lá os lançamentos eram antecessores aos daqui. No Ensino Médio tive contato com os grandes clássicos e me apaixonei por autores como Clarice, Fernando Pessoa, Jorge Amado,  Machado, enfim… O prazer pela leitura me levou ao mundo da escrita. Sempre escrevi diários, poesias e até textos que eu chamava de livros. Minhas participações em concursos de redação eram frequentes e através delas ganhei computador, premiações em dinheiro, certificados, TV, medalhas e etc. Para mim, a leitura e a escrita sempre foram sinômimas de libertação. Poder transcender a realidade, visitar universos mísiticos e aflorar o nosso poder criativo é, antes de mais nada, libertar-se do mundo cruel que nos cerca.

LARISSA MOURA

Experiências com leitura e escrita

Minha experiência com a leitura e a escrita começou acho que como em todas as crianças. Entrei na escola com 6 anos no pré, e pelo que me lembro não saí sabendo ler e escrever, fui desenvolver essas habilidades na 1ª série.

Na realidade nunca fui um leitor assíduo quando criança, fui desenvolvendo o hábito da leitura quando ingressei no ensino médio, foi quando os professores como forma de avaliação exigiram a leitura de alguns livros como: Iracema, Senhora, Lucíola, A Moreninha, Dom Casmurro, etc.
A partir daí comecei a ler com mais frequência e por prazer. Logo após o término do ensino médio iniciei o curso de Letras, inevitavelmente precisei ler muito, vários livros, textos, resenhas, e não só ler como escrever muita coisa também.
Hoje atuando como professor, preciso sempre estar lendo para aprimorar minha prática docente e melhorando meus conhecimentos, para que eu possa ter subsídios para estar auxiliando meus alunos e desenvolvendo neles o prazer e o gosto pela leitura.

Ainda estou longe do que deveria ser o ideal, mas procuro cada vez mais estar melhorando e desenvolvendo essa prática em minha vida.

THIAGO OTTONI NOGUEIRA

Experiências com leitura e escrita


 Ao ler os depoimentos das personalidades lembrei-me de alguns momentos em que a leitura fez parte de alguma forma na minha infância. Recordo-me de quando,  criança  minha mãe costumava me levar para o seu trabalho como diarista e uma das várias casas onde ela trabalhava havia uma linda coleção de livros numa estante de vidro. Essa coleção era composta por várias histórias dos personagens da Disney. Insistentemente eu “implorava’” para  minha mãe deixar  que eu tirasse pó daquela “interessante”  estante, claro que era apenas um pretexto para que eu pudesse estar acompanhada daquelas histórias. Também não me esqueço das broncas que eu levava, pois aquela tarefa que minha mãe me confiava era “interminável”. Quanto pó, meu Deus!! Essa era uma das poucas maneiras que eu tinha de estar em contato com livros. Quase terminei de ler a coleção, não fosse o dia em que minha mãe descobriu que trabalho árduo eu realizava, sem fim. Que pena, não pude mais lê-los!!! Como sempre fui obediente e  não ousava questionar a minha mãe. Como essa coleção me marcou!!!  Agora como mãe  sempre que posso incentivo minha filha a ler e com os meu alunos não sou diferente. Acredito no poder transformador da leitura na formação do cidadão crítico.

CARLA MAZZOLINI


Situação de Aprendizagem
Texto: O Avestruz (Mário Prata)
 Apontamentos iniciais:
I – Sondagem: O que é uma crônica? Quais as características específicas que os textos têm que ter para que possamos enquadrá-los no gênero crônica? O que o diferencia da fábula e do conto?
- Retomar as particularidades de cada gênero citado e compará-las.
II – Realizar uma leitura compartilhada na qual o professor fará pausas estimulando os seus alunos com questões do tipo: É comum esse presente? Por que a culpa é de quem conta o fato? O que levou a criança a querer esse tipo de ave? Não seria mais fácil criar um animal doméstico em casa? Será que o avestruz é tão carinhoso como cachorros e gatos?
(Enfatizar o aspecto humorístico do texto à partir da entonação).
III – Após levantados esses questionamentos iniciais, retomar a discussão: Qual é o gênero do texto lido? Por quê? Localizar informações que comprovem o gênero identificado.
IV - Construção de uma ficha organizativa (título, autor, publicação, assunto narrado, personagens, espaço, tempo).
V – Inferências: Por que o menino só muda de ideia a partir do conhecimento dos hábitos alimentares da ave? Você agiria da mesma forma?
VI – Como lidar com o diferente? Imagine a situação que se encontraria a cada de vocês com um mês de moradia de um avestruz.
VII – Dialogando com outras manifestações linguísticas: Filme: “Os pinguins do papai”. Intertextualidade: O habitat de um se transformando no de outro.
VIII – Produção textual: Tema: “Uma tarde com um animal inusitado”. Recuperar as duas situações apresentadas, espelhando-se na vivência que o personagem do filme teve com os pinguins, e a que o menino da crônica poderia ter, caso tivesse ganhado o avestruz de presente.
IX – Levar os alunos à sala de informática para que cada um pesquise as características do animal que será personagem de sua crônica. Para isso, antes, o professor deverá elaborar uma “ficha do animal” que os alunos preencherão com informações como: espécie, peso médio, altura, habitat, alimentação típica, hábitos e outras curiosidades. Este material dará subsídio para a produção textual.
X - Confecção de cartazes com ilustrações e curiosidades das avestruzes e de outros animais que serão personagens de suas crônicas.  Esta atividade pode ser realizada em grupos de três ou quatro alunos propiciando um importante momento de interação.
XI - Apresentação dos cartazes com as curiosidades dos diversos animais pesquisados para os alunos de outras classes.
XII – Avaliação: Correção individual do texto e avaliação dos cartazes produzidos coletivamente; Devolutiva para a socialização das diferentes perspectivas construídas por nossos alunos.
XIII – Ao término desse trabalho o professor poderá compilar os textos em um “Livros dos crônicas” da turma em questão e fazer uma cópia para cada aluno. Este deve ser o objetivo final do trabalho, o que certamente motivará os alunos em suas produções.

Situação de Aprendizagem
Texto: Pausa – Moacyr Scliar
Oralmente 
1- Levantamento prévio sobre o autor e contexto histórico da época em que o texto foi escrito (1963).
2- Perguntas como: Qual é o significado da palavra pausa?
3- Quais os motivos que levam uma pessoa a querer dar uma pausa em sua vida?
4- O professor faz a leitura e levanta hipóteses: Considerando o comportamento, como era o gênio de Samuel?
5- Como era o relacionamento de Samuel com a esposa?
6- “Todo domingo você sai cedo...” onde vocês imaginam que ele vai?
7- “- Vais sair de novo Samuel?” , “Ah! Seu Isidoro!...” Esses trechos mostra que o protagonista da nossa crônica, trocava o nome quando chegava no hotel. Por que ele fazia isso?
8- Por que Samuel vai ao hotel dormir?

Inferências

9- Qual a relação do título com o texto?
10- Em que espaço se passa a história?
11- Qual o significado das palavras, cais, guindaste e barcaças?

Intertextualidade

Utilizar como ferramenta o filme “Click” , comparando a vida dos personagens centrais.
Produção de texto

“-Aqui, meu bem! – uma gritou, e riu; um cacarejo curto”. Paramos a leitura e pedimos aos alunos para continuarem a história.

Situação de Aprendizagem
Texto: Meu primeiro beijo (Antonio Barreto) 
1- Vocês conhecem alguma música, poema ou filme que fale sobre o primeiro beijo? Em que situação aconteceu seu primeiro beijo?
2- Fornecer o título do texto, e colher informações sobre o gênero textual e foco narrativo. Leitura compartilhada do texto, realizando pausas nos trechos para esclarecer as possíveis dúvidas de vocabulário.
3- A personagem do texto disse que seu primeiro beijo foi inesquecível. Como você descreveria o seu? Será que um garotinho conhecido como “Cultura Inútil” usaria tanta informação para conquistar alguém? Será que era uma cultura inútil ou útil? O apelido faz jus ao personagem?
4- Quem é o autor do texto? Qual é a fonte/suporte? Qual é a finalidade do texto? E o público-alvo?
5- Qual a importância do beijo nos contos de fada? Qual o significado do beijo para o Cristianismo? E para os mafiosos?
6- Leitura da crônica “Arte de beijar” de Flávio Cavalcante (http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/2302440)
Comparação entre os dois títulos: quais os tipos de beijos existentes? Qual você mais apreciou? 

Cursistas do "Melhor gestão, melhor ensino - 1ª  edição de 2013"